quinta-feira, 15 de março de 2012

Quadragésimo oitavo dia

Quando eu era criança, pensava que o mundo era muito pequeno, e que sendo astronauta eu poderia dominá-lo. Na adolescência o mundo foi ficando maior e eu me perdia todo santo dia. Quando me tornei adulto parei de usar cadernos com pautas.

Minha consciência agora escorre pelo papel e me leva para dentro de mim outra vez. Enquanto escuto Neil Young, minha alma retorna ao ponto crucial. O ponto onde um dia tudo se perdeu. E a chuva me faz lembrar de como eu era. E me faz estranhar o que me tornei.

Feito uma aranha, subo vago pelas paredes e não encontro nada que me mantenha no lugar. Uma caneta arranhando papel para toda a vida: é isso o que sou. E perco-me sempre que me acho.

Aprender é não estar nem aí, estando só; para o que interessa. E uma vida é descobrir o que realmente importa. Pode estar longe, muito longe, mas não há problema. Buscar e buscar e buscar é o meu lema.

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