quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Vigésimo segundo dia - 16 de dezembro de 2008

Mando todos os outros compromissos para o inferno e passo a tarde na estação rodoviária. O cheiro da queima de combustíveis, da fritura dos pasteis e o ruído dos motores é quase insuportável. Ainda assim, escrevo bastante e com satisfação. Os sentimentos fluem com facilidade, misturados aos passageiros e minhas suposições a respeito deles. Olho-os e penso o que quero. São fontes inesgotáveis de inspiração. Seus jeitos, trejeitos, formatos e atitudes. Chego muito próximo de me "reapaixonar" pela humanidade.

Sigo escrevendo sem parar em meu livro preto até quase o anoitecer. Saio de lá e vou direto para uma festa; onde os aromas são brandos, o espumante é farto e o ruído é outro: boa música instrumental de uma banda ao vivo chamada Versão Brasileira. Escalas múltiplas de uma guitarra semi acústica; um contra-baixo elétrico de seis cordas, uma bateria e um sax. Depois: discotecagem aos cuidados do, então, DJ Roger Lerina, com destaque para os oitenta. Danço até o início da madrugada. O livro preto ali, a guardar futuros em forma de passados em linguagem presente; meus pés cansados; minha alma em bálsamo; Hector a me acompanhar.

Um comentário:

Unknown disse...

Hector dança bem? Vou gostar de conhecê-lo...